domingo, 31 de agosto de 2014

Analisando "Cidadezinha cheia de graça", de Mario Quintana

Cidadezinha cheia de graça…
Tão pequenina que até causa dó!
Com seus burricos a pastar na praça…
Sua igrejinha de uma torre só.

Nuvens que venham, nuvens e asas,
Não param nunca, nem um segundo…
E fica a torre sobre as velhas casas,
Fica cismando como é vasto o mundo!…

Eu que de longe venho perdido,
Sem pouso fixo ( que triste sina!)
Ah, quem me dera ter lá nascido!

Lá toda a vida poder morar!
Cidadezinha… Tão pequenina
Que toda cabe num só olhar…

(Soneto presente no livro "A Rua dos Cataventos")

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Neste soneto, Mario Quintana apresenta uma pequena cidade, com uma igreja, praça, animais, enfim, uma cidade de interior, muito característica no Rio Grande do Sul, por exemplo. O eu-lírico deste soneto não é daquela cidade, mas gostaria de morar e ter nascido nela. Aqui, Quintana traz características de sua biografia, pois nasceu no Alegrete, cidade que inspirou muito a sua obra.

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